terça-feira, 18 de janeiro de 2011

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Talvez agente se veja na esquina em frente a padaria e,se enxerguem.Talvez você me olhe por dentro como eu sempre te ví. Talvez eu te encontre com dor de cabeça, nariz vermelho,voz rouca,cabelo bagunçado,lindo.Pq ainda não esqueci do lirismo,do samba,nem da proteção.
Que eu não me envolvo tão fácil,ou pelomenos fingo.Minha pupila não dilata nem o coração bate forte,mas isso só quando você tá longe.
Você sempre vai embora e,eu sempre te espero voltar.Mesmo que tarde,com sol indo embora,bonito pra chover.
E talvez seja ritual e eu não tenha nada a fazer pq meu coração não deixa.
Você poderia me amar,eu aceitaria se fosse essa noite.Pq o amor por mais cego que seja é sacana.Dá aquele direito de dizer coisas sem sentido,resmungar ,esmiuçar dialogo.
O real é que você me faz levantar os olhos feito boba,pq é alto e tem furinho no queixo.Possui as sobrancelhas ligadas e,rí com olhos.
Que teu corpo é capaz de ser o embrulho do meu. E talvez novamente eu esteja errada pra caralho,imitando o amor,querendo optar por sentir alguma coisa boa ou não,vai saber.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

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E quando anoitece é pq já é quase hora de dormir.Mesmo com amor longe da porta as mãos sempre suam .Essa ansiedade não existiria se eu acreditasse em horoscopo, ou me possuísse literalmente nas várias feições frenéticas de uma rotina louca.É como se me transformasse em duas pessoas,uma ao dia e outra a noite.
Se corre o tempo todo,acho que preciso de aulas de defesa pessoal mas,não tenho como me defender das minhas vontades,do meu faz de conta.Logo,não adiantaria .Algo diz que o silêncio é necessario e,me conforta ouvir o barulho do vento batendo nas poucas folhas da arvore ao lado então,me atento a flor na janela e,por um instante me permito pensar no vazio que só pode ser preenchido com antidepressivos,três ou mais doses de vodka ou sua presença.
Há um livro no cantinho da mesa,com a capa amassada, marcando a terceira página após a biografia.No meio,bem no meio,uma fotografia em tamanho normal,na cor preto e branco,ressaltando algum novembro.E ao me encostar na forra da porta derrepente eu fecho os olhos e passo a sentir a ponta dos dedos tocando seu rosto e,desenhando todo ele,me fazendo parar de escutar o barulho do vento nas folhas e o restante do mundo.
As chaves continuam fixas na porta como antigamente,é de costume,ao abrir de próposito ou não,ela faz um barulho medonho anunciando uma chegada,ainda como antes,só que sem flores,fanta uva nem abraço quente.
E com uma sonora falta de paciência onde só me falta rabiscar paredes,tapeio a vida e...durmo.