Mas ao que nada espera tudo que vem é grato.
(Fernando Pessoa)
Trago no bolso cinco reais , um trident e algumas poucas lembranças.E como se pudesse traficar tudo isso,continuo guardando cada guardanapo pq é sempre bom lembrar na rua,no banco da praça, no mercado central.Que eu fiz cartas recentes com intuito de entregar um dia.E no meio de meia criatividade eu ainda continuo tímida e com vontade de desistir.
Que me vem uma lágrima descendo do olho esquerdo e,como agora,fico quietinha embaixo do edredom,esperando o tempo passar pra retornar minha alegria fixa.
Achei que era fácil crescer,as pessoas pareciam ser sempre coerentes e cheias de liberdade.Mas eu não sabia que existiam contas a pagar,amores mal resolvidos,interesses sociais,e o colorido dos outdoors ficariam desinteressantes.
Que o domingo tá cinza e eu nem sei quando vou levantar.
Talvez o que falta ainda não exista e, meu apreço por solidão seja passageiro,assim como pote de sorvete napolitano que devorei em um tempo curtissimo.Talvez eu ainda não me conheça e precise de ajuda, de uma coca-cola,ou um cafuné demorado.Eu nem sabia que podia ser tão melancólica.As vezes fico assim triste,procurando frases nas paredes.E com esse vazio de pessoas e cansaço de ilusão.Querendo coisas concretas entende? daquelas que agente pega,cheira, morde e não esta a venda em uma prateleira.Ou talvez eu precise de uma dose homeopática de amor,pq ele não é pra sempre mas,o tempo que dura fica diverdade,não mente nem julga,é cauteloso ao reclamar.
No meu bolso sempre vai caber mais alguma coisa,importante ou não.E algumas delas eu sempre vou misturar a moedas,gastar e esquecer com o tempo por causa do ciclo de mudanças. Pessoas são sempre tão relativas,imensas demais.
As vezes gostaria de ser frenética igual ao barulho na rua nos dias de sol.Mas hoje, só quero ficar aqui ouvindo a chuva,tá friozinho,e tudo tá tão calmo,até os quadros na parede parecem dormir.
É nessa horas que eu percebo que preciso apenas de uma xícara de café com pouco açúcar pra ficar bem.Mas só hoje.